PIEDADE - CONCURSO DE SAMBA ENREDO 2018


Enredo: " Pra não dizer que não falei das flores"


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SINOPSE

PRA NAO DIZER QUE NAO FALEI DAS FLORES

Das trevas, fez-se a luz
Anjos e fadas anunciam a criação
Flores enfeitam e perfumam o paraíso
Como dizia o poeta:
"Hoje o céu esta tão lindo!
É primavera! Te amo, meu amor!
Trago essa rosa para lhe dar”
Luz do sol, aquece e faz florir
O desabrochar de uma flor emociona, arrepia, faz delirar
Beleza na alma, pureza do amor
Suas cores enfeitam a "tela" do mundo, lindo arco-íris
Divina obra do criador
Seu perfume inebria e atrai
Zumbidos na dança da esperança (polinização)
O pólen e conduzido na leveza e no carinho do vento
Ventos que sopram na memoria ancestral
Valsam as flores
O orvalho penetra e deflora a pureza da flor
Margaridas, gérberas, tulipas, bem-me-quer
Cravos, rosas, jasmim, malmequer
Orquídeas, dálias, hortênsias, enfim
Traga qualquer flor para mim...
"Não corra atrás das borboletas, plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas viram ate elas."
Magia e beleza que encantou civilizações
Ofertada aos deuses e cultuada em rituais sagrados
Símbolo da beleza, do amor e da perfeição
Delicada e fugaz, representa a brevidade da juventude
Fonte de inspiração
Filósofos e poetas se curvaram ao seu encanto
Artistas a retrataram em obras imortais
Flores da primavera, girassóis
Cantos, contos e lendas 
Foram inspiradas em sua beleza e fascinação
"Bate outra vez com esperanças o meu coração
pois já vai terminando o verão, enfim..."
Se o cravo brigou com a rosa
E porque as rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti
És bela, mas fera ao ferir com seus espinhos
Rosas brancas
Rosas vermelhas
Cortem a cabeça!
Maravilha da natureza!



Faça amor!
Não faca a guerra!
Presente em qualquer estação
Nos prados, montanhas e sertão
Até o mandacaru, enfeita, enche de esperanças e amor
O coração de pedra de lampião
"Flor amorosa, compassiva, sensitiva, vem..."
"Pernas, pra que as quero se posso voar"
E voou enchendo de flores e cores o mundo
"Fica sempre, um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, 
Nas mãos que sabem ser generosas”
Encanta, enfeita, perfuma
Lançamento da coleção primavera/verão
No folclore, cantada em verso e prosa
Viva !!! 
Viva São José, São Benedito, Santo Antonio,
Santa Rita!
Viva São João!!!
Marabô, Ináe
Odo, Odoyá
Salve Iemanjá!!!
"Eu não te prometi um mar de rosas"
Você bem sabe...
Que nem tudo são flores
Ha dissabores, tristeza
Vidas perdidas, nesse mundo de meu deus!
Valei-me deus!
"O destino não quis me ver como raiz
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu 




Unidos da Piedade – Carnaval 2018
 
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES” 
 
SÍNTESE
As flores sempre estiveram presentes e acompanhando os homens durante toda a história. Tem fascinado povos e nações durante séculos, seja pelo encanto e beleza delicada ou até mesmo na cura de doenças.  As flores estão presentes nos versos dos poemas, nas letras das músicas, como inspiração nas artes, no simbolismo religioso e nos dias dos seres mais amáveis e sensíveis aos valores da vida.
 
1º Setor – O INÍCIO


No início, tudo era trevas. E então, fez-se a luz!
Surgiram os dias, da luz e as noites, das trevas. E a cada dia, a criação foi feita em sua perfeição.
E para perfumar e ornar o paraíso, no 3º dia fez-se às flores. Anjos e fadas se encarregaram dessa tarefa multicor.
As fadas são responsáveis pela vitalidade das flores. Elas vivem nos jardins, florestas e montanhas e a sua missão é equilibrar as energias da natureza, trazendo o colorido para as flores, amor e felicidade para quem possui sentimentos puros e que respeitam a natureza. As fadas são elementais, ou espíritos da natureza , assim como gnomos, elfos e duendes.
A Flor é o símbolo da beleza, da alma, da pureza, do amor, da fertilidade, da natureza, da criação, da infância, da juventude, da harmonia, da perfeição espiritual e do ciclo vital. Por vezes, a flor é considerada o símbolo da virgindade ou da sua perda (processo chamado de defloração).
  

SIGNIFICADOS E SIMBOLOGIAS DA FLOR


As simbologias e os significados associados à flor diferem muito de cultura para cultura; contudo, a flor é um símbolo antigo e universal do princípio passivo, do nascimento e do ciclo vital e, desde a antiguidade, muitas foram usadas para a cura de muitos males e ainda nos rituais sagrados.
Quando estão abertas, as flores simbolizam a natureza em seu maior esplendor, representando assim, a glória e refletindo tudo que é passivo e feminino, portanto, ligadas a beleza, a juventude, a paz, ao espírito e a primavera.  Ademais, sua beleza fugaz representa a brevidade da juventude, bem como a glória e, além disso, dependendo de sua cor, as flores podem simbolizar uma orientação das tendências psíquicas, por exemplo: as amarelas estão associadas ao sol, as azuis aos sonhos, enquanto as vermelhas estão ligadas ao sangue e ao amor.
Para os povos pré-colombianos, os Astecas e os Maias, as flores possuíam uma simbologia sagrada e de perfeição, uma vez que os jardins repletos de flores, para eles, representavam não somente um ornamento, mais estavam associados aos deuses e a criação do universo.
Por sua vez, o cristianismo associa as flores ao símbolo da perfeição e, muitas vezes, ela surge nas passagens bíblicas representando o paraíso celestial.
Da mesma maneira, muitas culturas orientais, associam a imagem da flor à renovação espiritual e da evolução interior. Já nas culturas ocidentais algumas flores simbolizam a pureza, a virgindade, a beleza e a renovação espiritual.


As flores nos proporcionam beleza e fragrância, embelezam nossos jardins e são utilizadas também para expressar sentimentos e valorizar celebrações.
A história das flores faz parte da humanidade, está relacionada à religião, mitologia, folclore de todas as nações e gerações, onde algumas flores serviram como medicamento e até como alimento, usadas em curas e símbolos de diverso ideais.
  

2º setor – FLORES PELO MUNDO
Polinização
É o ato da transferência de células reprodutivas masculinas (núcleos espermáticos) através dos grãos de pólen (espermatozoides das plantas) que estão localizados nas anteras de uma flor, para o receptor feminino (estigma) de outra flor (da mesma espécie), ou para o seu próprio estigma. Pode-se dizer que a polinização é o ato sexual das plantas espermatófitas, já que é através deste processo que o gameta masculino pode alcançar o gameta feminino e fecunda-lo. A transferência de pólen pode ser através de fatores bióticos, ou seja, com auxilio de seres vivos, ou abióticos, através de fatores ambientais. Mas os principais agentes polinizadores são: o vento, a água e os insetos voadores, entre eles; as abelhas e borboletas.
Abelhas
Graças ao seu trabalho de coleta de pólen e néctar, voando de flor em flor, as abelhas  polinizam as flores e promovem a sua reprodução cruzada. Além de permitir a reprodução das plantas, esse trabalho também resulta na produção de frutos de melhor qualidade e maior numero de sementes. Todo esse processo resulta na base de toda uma cadeia alimentar e entre os animais polinizadores, nenhum é mais eficiente do que as abelhas.
Borboletas
As borboletas são também importantes agentes polinizadores. Visitam todo tipo de flores, especialmente as vermelhas e as brancas. Suas longas línguas (espirotromba) lhes permitem alcançar o néctar nas flores tubulares.
Desde os primórdios das mais antigas civilizações, que as flores exercem verdadeiro fascínio e adoração entre os simples mortais.
A rainha Cleópatra tinha uma paixão por tudo relacionado a Roma e sua mania de rosas foi herdada dos seus aliados, os romanos acreditavam que ao decorar os seus túmulos com rosas iriam apaziguar os Manes (espíritos dos mortos).
Mas era a Lótus Azul a flor tradicional dessa região. A identidade de plantas conhecidas popularmente como “lótus” (Nymphaera caeruleta) (Lótus Azul, Lírio Azul, Lótus Sagrado, Lótus do Nilo) é o nome científico da espécie de planta aquática que habita as planícies alagadas do rio Nilo. A planta é nativa do delta do Rio Nilo, onde crescia extensamente nas planícies alagáveis e também era cultivada pelos egípcios em corpos d’água naturais e artificiais, como em tanques irrigados nos jardins. Indícios de flores de Lótus Azul foram encontrados espalhados sobre o corpo de Tutancâmon, um dos faraós mais jovens e mais conhecidos do Antigo Egito. Um retrato do jovem rei mostra uma flor de lótus azul emergindo de sua cabeça, sendo a flor um símbolo divino, representando o olho que tudo vê. O livro Egípcio dos Mortos menciona em seu texto que “o desejo dos faraós era transformar-se na flor azul da água sagrada, de modo que seu corpo possa ter novo nascimento e ascender ao céu diariamente”, o que parece estreitamente ligado ao ciclo diário da flor, que ao amanhecer abre-se e ao fim do dia fecha-se e submerge na água, o que para os egípcios era a representação do “renascer”.  
Cravo
O cravo Dianthus caryophyllus, vem da junção das palavras “dios”, que significa divino e “anthos (flor). É uma flor típica da Espanha, podendo ser encontrada em diversas cores e matizes por todos os jardins, vias públicas da Espanha e até em “touradas”. O cravo é cultivado há mais de 2 mil anos na região do Mediterrâneo, apesar de sua origem desconhecida. Na Grécia Antiga, eram utilizados para confeccionar coroas cerimoniais em homenagem aos deuses. O cravo possui um suave perfume, historicamente, tem sido usado na fabricação de incensos, fragrâncias e óleos perfumados. Na Idade Media, na Europa, os cravos passaram a ser usados em cerimônias matrimoniais. Por representarem pureza e castidade, eram associados à imagem da Virgem Maria. A tradição católica conta que os primeiros cravos surgiram no mundo quando Maria derramou sobre a terra suas lágrimas na crucificação de Jesus, e delas floresceram cravos. As flores passaram a ser tradicionais na composição de guirlandas, grinaldas e buquês de noivas. Dessa tradição, permaneceu o costume dos noivos utilizarem um cravo branco para decorar a lapela do terno ou fraque, do lado esquerdo.
Flor de Cerejeira
A flor de Cerejeira que significa a beleza feminina e simboliza o amor, a felicidade, a renovação e a esperança, é uma flor de origem asiática, conhecida como “Sakura”, e é a flor nacional do Japão. O inicio da floração das cerejeiras marca o fim do inverno e a chegada da primavera. São aguardadas com ansiedade pelos japoneses, que organizam em todo o país, diversas festividades em torno do “Hanami” (ato de contemplação das cerejeiras em flor, que deixam a paisagem deslumbrante.


Ikebana
O Ikebana é a arte japonesa dos arranjos florais, que carrega um simbolismo associado à flor uma vez que no Japão ela representa a perfeição, o ciclo vital e o equilíbrio. Dessa forma, o arranjo floral segue um esquema: o ramo superior simboliza o céu, o médio simboliza o homem e, por fim o inferior simboliza a terra, formando, assim, a ordem cósmica e a tríade universal representada pelo homem como um mediador entre o céu e a terra.
 
 


Vitória-régia
A lenda da Vitória-régia é uma lenda brasileira de origem indígena tupi-guarani.
Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua (jaci, para os índios) era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas índias da aldeia – as cunhantãs-moças. Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si a moças de sua preferência e as transformava em estrelas do firmamento. Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada por Jaci. Os anciãos da tribo alertavam Naiá: depois do seu encontro com a sedutora deusa, as moças perdiam seu sangue e sua carne, tornando-se luz – viravam as estrelas do céu. Mas quem a impediria? Naiá queria porque queria ser levada pela lua. À noite, perambulava pelas montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la. Todas as noites eram assim, e a jovem índia definhava, sonhando com o encontro, sem desistir. Não comia e nem bebia nada. Tão obcecada ficou que não havia pajé que lhe desse jeito. Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem da deusa amada, a lua, refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho lançou-se ao fundo e se afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa “Estrela das Águas”, única e perfeita, que é a planta vitória-régia. Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
O Ipê amarelo – A flor símbolo do Brasil
É a árvore brasileira mais conhecida, mais cultivada e, para a maioria dos brasileiros; a mais bela, por tudo isso se tornou a árvore símbolo do Brasil! Não há região do pais onde não exista pelo menos uma espécie dele. Mas, na verdade, o Ipê compreende um complexo de nove ou dez espécies com características mais ou menos semelhantes; com flores brancas, amarelas, rosas ou roxas.
Margaridas - Sentido: Inocência
Origem - na França, durante a idade média no ano 250, São Dionísio, então Bispo de Paris, foi martirizado, tendo a cabeça decepada por pagãos. Reza a lenda que seu corpo levantou-se, apanhou a cabeça e andou por vários quilômetros, até tombar no norte de Paris. No local, teriam nascido margaridas. A flor virou, então, símbolo do martírio inocente.
 
 
 
3º Setor – FLOR COMO INSPIRAÇÃO NA MÚSICA, LITERATURA E CINEMA
Orquídea
Orquídea - Supõe-se que a história da cultura das orquídeas tenha começado no extremo oriente, sobretudo no Japão e na china, há cerca de 3.000/4.000 anos. Entretanto, não se sabe quando ela passou a ser cultivado pelo homem e nem se este cultivo foi motivado por razões estéticas ou apenas medicinais.
Beija-flor
Um dos mais lindos polinizadores da natureza, dos maiores, 21 cm, ao menorzinho de 9,1 cm, pesando apenas 1,8g, deslizam sua graça e beleza ao sabor do vento e levam, o pólen de uma flor a outra. De todas as cores, e que, ainda por cima, mudam com a refração da luz. De todos os bicos, para os mais diferentes misteres: curvo para flores curvas, compridos para flores compridas e curtos para as miúdas.
Esse é o beija-flor, bichinho que se tornou símbolo do Espírito Santo através do cientista capixaba Augusto Ruschi.
Em mais de sete mil anos da história, as flores conseguiram tornar-se ao mesmo tempo símbolo de Deus e sexo, amor e morte, paz e loucura.
A flor mais popular é a Rosa e o seu nome é derivado do latim, os chineses do século V a.c. extraiam óleo de rosas cultivadas no jardim do imperador, mas só poderia ser utilizado pelos nobres e dignitários do tribunal. Se um plebeu fosse encontrado na posse desse óleo, era condenado à morte.
Rosas já eram cultivadas na mesopotâmia, às margens do rio Tigre, por volta de 5.000 a.C. O plantio do lírio surgiu depois: o documento mais antigo preservado sobre ele, encontrado na ilha de Creta é de 1850 a.C. Na China da época de Confúcio, uns 600 anos antes de Cristo, a paixão pelo cultivo de flores estava tão disseminada que o imperador da China possuía em sua biblioteca, mais de 600 obras sobre o assunto. Surgiram a tiracolo superstições a respeito da flor. No Japão medieval, por exemplo, o crisântemo era tido como teste de fidelidade. Um homem dava um ramalhete à pretendente: se os botões da flor não abrissem, era sinal de que a jovem era estéril.
Poetas como Petrarca e Shakespeare escreveram versos memoráveis tendo-as como tema. Nas religiões, estão nos ritos e tradições de quase todas as civilizações, com exceção de algumas tribos africanas, em regiões inóspitas. Para a psiquiatria, a indiferença em relação a elas é um sintoma claro de depressão clínica. Na Broadway, nos EUA, serviu como inspiração para os maiores musicais, entre eles, Cinderela, Fantasma da Ópera e A Bela e a Fera.
 
A rosa não teve a princípio uma carreira muito fácil na Europa da idade Média, Os primeiros cristãos viam nela um símbolo pagão greco-romano, uma lembrança das farras monumentais da elite de Roma - as gastronômicas e as sexuais. Curiosamente, a aceitação da rosa na vida cristã se deu com o crescente papel de Virgem Maria na religião à partir do século IV, após muitos embates entre os teólogos - que costumavam menosprezar a importância da mãe de Jesus no Cristianismo. Foi só depois que Maria ganhou o título de intercessora entre Deus e o fiel, que a rosa teve um lugar de honra nos altares e cortejos, funcionando como um símbolo da mãe de Jesus. O termo “Rosa Mística” foi cunhado, aliás, para descrever Maria.
Na literatura, várias obras foram concebidas tendo as flores como seu viés condutor.
Apesar da influência mística, o homem medieval não era lá muito chegado à jardinagem, e a Europa só foi redescobrir plenamente a paixão estética pela flor e pelo jardim no século 16. Em 1554, um embaixador austríaco descobriu em Istambul, na Turquia, a flor que iria enlouquecer os europeus: a tulipa. Ela foi levada para o jardim botânico imperial de Viena. Os austríacos eram tão ciumentos de sua descoberta que ela acabou despertando a cobiça do resto da Europa. Certa noite, em 1593, uma quantidade considerável de mudas de tulipa de um famoso jardineiro austríaco, Karl Clusius, foi roubada por espertos comerciantes da Holanda.  O fascínio holandês pelas tulipas começou ai, num ousado roubo.
Ainda em Istambul em 1718, impressionada com os conhecimentos dos turcos sobre flores, a esposa de um embaixador inglês, Lady Mary Wortley, escreveu “A linguagem secreta das flores”. Com esse livro, nasceu um subgênero literário, por assim dizer, o do código secreto da etiqueta das flores (o que cada flor significa - uma proposta de casamento ou a renovação de laços de amizade).
No século XIIV, a Holanda testemunhou uma verdadeira febre da Tulipa. Entre 1634 e 1637 essas flores chegaram a valer tanto que muitos cidadãos holandeses hipotecaram suas casas e investiram sua poupança na compra de ações representando tulipas em floração. A tulipa 100% negra, ao que se sabe, nunca existiu, mas virou mito quando Alexandre Dumas escreveu A Tulipa Negra, em 1850. Existem tulipas cujas pétalas são retintas e quase inteiramente pretas, como é o caso da famosa Rainha da Noite.



A Tulipa Negra – livro de Alexandre Dumas – 1850
Romance de Alexandre Dumas, autor de “Os mosqueteiros”.
A ação se passa na Holanda, no século XVII, mais precisamente entre o início de 1672 e 15 de Maio de 1673. Injustamente acusado de traição, Cornélius Van Baerle, médico e cultivador de tulipas, é preso, apaixonando-se por rosa, a bela filha do carcereiro. Esse amor quase impossível se entrelaça com outro feito também quase impossível – a produção de uma tulipa negra, desafio proposto pela Associação Hortícola de Haarlem, com o vultuoso prêmio de cem mil Florins.  Dumas entrelaça fatos históricos (como o assassinato dos irmãos De Witt e a especulação econômica em torno da tulipa), com uma história de amor e aventura. E quantas aventuras e reviravoltas ele consegue imaginar em torno do dia-a-dia de um prisioneiro.


Flower Power: o poder das flores na filosofia Hippie nos anos 60 e 70


Em meados dos anos 60, o jazz já não era mais como no fim dos anos 40 e 50. Estava perdendo a força. O grande público estava de cara nova, com ideais novos, influenciados pelo que passava ao redor do mundo, em especial nos EUA. Guerras, entre elas, ideológicas e culturais, estouravam à todo momento.  À medida que a situação fervia, grupos encabeçados por jovens idealistas, criavam canções para falar da paz, da natureza e da proliferação libertária, seja de expressão, amor, sexo ou comportamento.
O rock surge como novidade e como tendência fazendo com que grupos criassem o que ficou conhecido como o “Verão do Amor”, um psicodélico e efervescente comportamento gestual, carismático e alucinógeno. São Francisco (EUA) se tornou o berço de bandas que comandaram a popularidade do rock e a essência da vida libertária
(“...se você estiver indo a São Francisco/Não se esqueça de colocar flores nos seus cabelos... Mesmo que custe uns minutinhos a mais na frente do espelho: coloque flores em você...”) Varias bandas de rock surgiram e aderiram a esse movimento, que fizeram com que o sentido e a essência do rock fossem realmente percebidos. Daí o emergente movimento chamado (FLOWER POWER – a Força das Flores – como slogan usado pelos Hippies dos anos 60 até começo dos anos 70, como símbolo da ideologia da não violência e de repudio Guerra do Vietnã). Em 1969, nasceu o maior e o mais essencial movimento de todos os tempos, em termos de pluralidade e diversidade cultural – o Festival de Woodstock – com o slogan – “FAÇA AMOR E NÃO FAÇA A GUERRA”.


Na música, vários autores se inspiraram nas flores para criar verdadeiras obras-primas, e a rosa foi uma das mais cantadas em versos e prosas!


Valsa das Flores - 1892
É uma peça de música de orquestra a partir do segundo ato de O Quebra-Nozes, um balé composto por Tchaikovsky. Foi estreado em 18 de Dezembro de 1892, no teatro Mariinsky, em St Petersburg, então a capital da Russia imperial. Um ballet mundialmente conhecido e que devido a sua temática é tradicionalmente encenado na época do Natal.
  
A Noite do Meu Bem – Dolores Duran - 1958
Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite de meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite de meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite de meu bem
Ah, eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite de meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite de meu bem
Ah, como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda pureza (ternura) que eu quero lhe dar


Rosas de Hiroshima
1973 -  Na voz de Ney Matogrosso                                              
Poema de Vinícius de Moraes musicado por Gerson Conrad para a Banda Secos e Molhados. O poema alude aos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki durante a segunda Guerra Mundial.


Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas, inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas, alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh! Não se esqueçam
Da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume
Sem rosa, sem nada
  
As Rosas não Falam - Cartola – Ano – 1976
A história desta canção é muito curiosa. Um dia Dona Zica, esposa de Cartola, recebeu de presente um ramalhete de rosas. Plantou no fundo de seu jardim e no dia seguinte ficou surpresa ao ver que muitas rosas já haviam desabrochadas. Chamou Cartola e perguntou para ele sobre o fato. O poeta respondeu que não sabia, afinal, as rosas não falam!
Após dizer isso, Cartola percebeu que poderia fazer uma letra e ficou com aquela frase na cabeça. Pegou seu violão e em poucos minutos a música já estava pronta.
A letra da canção não tem muito a ver com a história que inspirou o compositor. Na canção, um homem está desconsolado por não ter o amor de sua amada. Resolve queixar-se para as rosas, entretanto as queixas não adiantam em nada, afinal as rosas não falam.
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão 
Enfim
Volto ao jardim com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me as rosas
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim
                                                                                              
Flor de Lis – Djavan – 1976
Reza a lenda que Djavan foi casado com uma moça de nome Maria, e que eles teriam uma filha a qual dariam o nome de Margarida, mas Maria teve complicações no parto e por uma fatalidade do destino, as duas acabaram morrendo.
Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor.
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei
Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu.
 

Flores – Titãs - 1990
Olhei até ficar cansado de ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
Embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo o que eu vejo
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores tem cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem
 
 
Flor – Jorge e Matheus – 2012
Flor, ô uô
Pra onde foi você, flor?
Com seu perfume de amor
O que que eu fiz de ruim?
Eu não achei outra flor
Com a beleza e a cor
Que tem você pra mim
Deus fez a Terra e o céu
Fez você e o seu mel
E me fez só pra te amar
Eu sou o seu colibri
Te esperando aqui
E voo pra te beijar
Meu coração é regador de flor
Te regando amor, cê vai me amar
Meu coração é regador de amor
Te regando flor, cê vai me amar
Flor, ô uô
  
 
Cantigas Populares
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada                                                                                                         O cravo ficou doente
E a rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio
E a rosa pôs-se a chorar                                                                                                                     A rosa fez serenata
O cravo foi espiar
E as flores fizeram festa
Porque eles vão se casar
No teatro a flor serviu como inspiração para vários clássicos da dramaturgia, sendo o viés condutor de vários espetáculos, musicais e filmes:
Fantasma da Ópera – 1909.
Um homem desfigurado mora porões do teatro Ópera de Paris, ele ensina tudo sobre música a uma jovem e se apaixona por ela.
Em 1919, a casa de Ópera de Paris está em ruína e é levada a leilão. Cerca de cinquenta anos antes, o local era comandado pelo rico e poderoso Visconde Raoul de Chagny e um cenário de grandes espetáculos. Além dos artistas que trabalhavam lá, acreditava-se que uma misteriosa figura com metade do rosto coberto por uma mascara habitava as sombras do teatro. Depois de perturbar a estrela da companhia, Carlotta, que se recusava a participar de um novo show, o Fantasma da Ópera volta a sua atenção na substituta, a jovem e bela corista Christine Daee.
Da penumbra, ele a observa, se torna seu protetor e alimenta seu talento para cantar de maneira extraordinária. A única pessoa que percebe o que está acontecendo é a Mestra de balé Madame Giry, cuja filha, Meg é a melhor amiga da soprano. Sempre ao fim de cada espetáculo, o Fantasma da Ópera deixa no camarim da bela Christine, uma rosa vermelha e um bilhete elogiando sua performance. Em meio a estes acontecimentos, não demora para que o dono do teatro se encante com a beleza de Christine e logo os dois estão apaixonados. Esta revelação, porém, provoca a ira do fantasma, que torna a ópera, palco de uma obsessiva paixão cercada por um ciúme doentio e destrutivo.
 
 
Alice no País das Maravilhas – 1865 Lewis Carroll.
Alice é uma jovem que passava a seguir um coelho branco apressado, que sempre olha o relógio. Ela entra em um buraco que a leva ao país das maravilhas, um local que esteve há dez anos, apesar de não se lembrar de nada. Lá ela encontra o Chapeleiro maluco e tem que lidar com a ira da poderosa Rainha de Copas, que ordenou que pintassem todas as rosas brancas de vermelho, mas que aliada à Rainha Branca e seus fieis escudeiros consegue vencer o dragão Jaguadarte.
A Bela Adormecida – Walt Disney – 1959
A história começa durante a comemoração do nascimento da bela princesa Aurora, quando três fadas madrinhas chegam para oferecer seus presentes para a menina. Flora lhe ofereceu o dom da beleza, Fauna concedeu o dom do canto e, momentos antes que Primavera lhe desse seu presente, a malvada bruxa Malévola apareceu e lançou um terrível feitiço sobre Aurora; quando ela completar 16 anos, ela furará o dedo numa roca de bordar e cairá em um sono eterno. Logo, a fada Primavera descobre um jeito de quebrar o feitiço: quando  a Princesa cair no sono profundo, basta que um beijo do seu verdadeiro amor, o valente Príncipe Felipe, a desperte.
Aurora passa então, à partir dessa maldição, a morar no bosque com suas fadas madrinhas e assume o nome de Rosa.
A Bela e a Fera.
A bela e a fera é um clássico de animação da Disney, considerado um dos mais prestigiados do estúdio.  Lançado originalmente em 13 de novembro de 1991 é lembrado por ter sido o primeiro e único filme de animação a ser indicado ao Oscar e recebeu o globo de ouro de melhor filme de animação.
Bela, uma jovem inteligente que é considerada estranha pelos moradores da pequena aldeia onde vive com seu pai, Maurice, um inventor que é visto como louco. Quando o pai de Bela vai parta uma feira demonstrar sua nova invenção, ele acaba se perdendo na floresta e é atacado por lobos. Desesperado, Maurice procura abrigo em um castelo, mas acaba se tronando prisioneiro da Fera, o senhor do castelo, que na verdade é um príncipe que foi amaldiçoado por uma feiticeira, quando negou abrigo a ela. Quando Bela sente que algo aconteceu ao seu pai, vai à sua procura. Ela chega ao castelo e lá faz um acordo com a fera: Se seu pai fosse libertado, ela ficaria no castelo para sempre. A fera concorda e todos os moradores do castelo, que lá vivem e também foram transformados em objetos falantes, sentem que esta pode se a chance do feitiço se quebrado. Mas isto só acontecerá, se a Fera amar alguém e esta pessoa retribuir o seu amor, antes que a última pétala de uma rosa encantada caia. Caso contrário, o feitiço jamais será desfeito.
 
4º Setor – FLOR COMO INSPIRAÇÃO NAS ARTES E FOLCLORE
Vários artistas usaram as flores como fonte de inspiração para suas telas, verdadeiras obras de artes que atravessaram toda a história da humanidade.
Vincent Van Gogh  -  Foi um pintor holandês considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental. Ele criou mais de dois mil trabalhos em pouco mais de uma década. Suas obras abrangem paisagens, natureza- morta, retratos e auto-retratos, caracterizados por cores dramáticas e vibrantes, além de pinceladas impulsivas e expressivas que contribuíram para as fundações da arte moderna. Foi um dos grandes representantes do pós-impressionismo.
Girassóis – A famosa série de girassóis (sete quadrados com um número de três, cinco, dose e quinze girassóis) exigiu muita dedicação e urgência do pintor, pois as flores murchavam muito rápido. Nenhum outro poderia captar a beleza, que ele imprimia em suas telas, resultante da presteza de seu olhar diante da transitoriedade das flores.  O amarelo dos girassóis vinha carregado da mais pura magia, como se nele estivessem agregados pedaços do sol.
Claude Monet - Foi um pintor Francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.
O termo impressionista surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet, “impressão, nascer do sol”, de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy “impressão, nascer do sol” – eu bem sabia!
Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha. A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e sues colegas adotaram o título, tendo consciência da revolução que estavam a iniciar na pintura. Era um apaixonado por natureza, flores e primavera. Uma de suas obras de artes mais valiosa é: “Flores da Primavera”, um óleo sobre tela – 1840-1926- France.
E Morning on the Seine, near Vetheuil, 1878.
Tarsila do Amaral – Foi uma pintora desenhista, tradutora brasileira e uma das figuras centrais da pintura e da primeira fase do movimento modernista no Brasil, ao lado de Anita Malfatti. Além de muitas obras premiadíssimas, como foi o quadro Abaporu de 1928, que inaugurou o movimento antropofágico nas artes plásticas, Tarsila pintou flores como inspiração: em Margaridas de Maria de Andrade, 1922 e Manacá – 1927.
 
 
Diego Rivera - cujo nome completo é Diego Maria de La Concepcion Juan Nepomuceno Estanislão de La Rivera Y Barrientos Acosta Y Rodríguez, é de origem judaica. Foi um dos maiores pintores mexicanos, casado por quatro vezes, incluindo um tumultuoso casamento com Frida Kahlo, um comunista ativo. Entre suas obras relacionadas às flores, estão:
Carregador de Flores - 1935.
A vendedora de Flores – 1942.
Vendedora de Alcatraces – 1938.
Nudez.com Copo-de-Leite – 1944.
 
Maria Bonita – Flor do Sertão
Sou Maria Bonita do meu sertão
Morena de Maria flor que brota
Nos torrões de corações ingratos
De amores escancarados, escondidos.
Vividos no sertão do meu nordeste.
Sou Maria flor de Mandacaru
Faceira, brejeira, delicada
Formosa feito lua cheia
De curvas que o vento viaja
Morena como a noite enluarada
Bem querer de desejos desejada.
Maria flor do campo sou
Flor de Maria perfumada
Flor de mato essência da terra
Maria de todas as lendas
Flor mais bela, natureza
Cheirosa como açucena
Linda, morena emplumada.
Sou Maria flor morena que enlouquece
Bela flor de olhos que incendeiam
Cantada em versos de poemas e poesias
Pele viçosa, de pétalas macia
Canto de mãe d’água encantada
Estou há espera do amor confesso
Há espera de amar e ser amada
Linda Maria Flor, morena do sertão do nordeste


Marta Lucena
  
São João – Festa Junina
A Festa de São João, hoje conhecida como ”a mais brasileira das festas”, não nasceu em solo nacional. Sua origem remonta às celebrações pagãs, anteriores ao Cristianismo, realizadas no solstício de verão – 21 de junho, no Hemisfério Norte – em que se comemorava a colheita. De acordo com os historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
Nesta época, havia uma grande influencia de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança das fitas e flores, os tecidos estampados em flores, muito comum em Portugal e na Espanha. Todos estes elementos culturais foram com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
Existe outra explicação para a origem do termo “festa junina”. Explica-se que surgiu em função das festividades, principalmente religiosas, que ocorriam, e ainda ocorrem, durante o mês de junho. Estas festas eram, e ainda são, em homenagem a três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antonio.
As flores invadem o universo da moda, realçam a beleza das coleções  Primavera/Verão e as estampas florais caem no gosto popular.
Primavera em Chita
Chita de vestido de festa junina, chita de toalha de mesa ou chita de cortininha de pia. Flores, florzinhas, florzonas. Todo brasileiro que se preze viu, tocou ou ao menos ouviu falar dessa tal de chita. Volta e meia, ela é coroada máxima expressão de brasilidade, mesmo tendo suas origens europeias. Mas a verdade é que o tecido percorreu um longo caminho antes de chegar ao Brasil. A história da chita inclui viagens marítimas, antepassados orientais e muitas cores. A chita veio para o Brasil com os europeus à partir de 1800, originário da India. A história da chita chegou no século XXI como um símbolo fortíssimo da identidade brasileira. Pode ser encontrada em fuxicos da vovó, mas também empresta sua graça a passarelas famosas. Por ter estado sempre presente no imaginário brasileiro, devido a sua historia que remonta à própria descoberta do Brasil, é uma daquelas coisas que “veio para ficar”. Tornou-se bem brasileira e ainda pode ter uma longa trajetória pela frente.  
 
Frida Kahlo – Magdalena Carmem Frieda Kahlo Y Calderon.


Pés, PARA QUE OS QUERO, SE TENHO ASAS PARA VOAR” Frida Kahlo
Frida Kahlo, mexicana pode ser considerada uma mulher a frente de seu tempo. Apaixonada pela arte e motivada pela intensidade inerente à vida, Frida se transformou em um ícone do surrealismo e do universo feminino na década de 50. E fez com que sua força se perpetuasse no tempo.
Cheias de cortes e ricas em elementos florais, as roupas de Frida Kahlo viraram tendência e ícones de estilo e até ganharam exposição e livro só parta elas.
Sua autenticidade era uma forma de esconder suas deficiências provocadas pelo acidente, em 1925 e pela poliomielite que teve quando pequena, que deixou sequelas em seu pé esquerdo. Em 1950, em decorrência da poliomielite, os médicos amputaram sua perna direita. A artista entrou em depressão, mas continuou a pintar.
Ao contrário de muitos artistas, Kahlo não começou a pintar cedo. Desde cedo contraiu varias doenças, mas em 1925, aos 18 anos, sofreu um grave acidente, tendo seu corpo perfurado. Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos. Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai, que também pintava e um cavalete adaptado à cama. Em 1928, conhece o pintor Diego Rivera, com quem se casa e tem um casamento conturbado.
Intitulada com pintora surrealista ela contestou e disse: “Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”.
Frida Kahlo ganhou homenagem na capa da revista Vogue.

5º Setor – FLOR COMO INSPIRAÇÃO NAS ARTES E FOLCLORE
Festa do Divino
A Festa do Divino comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Cristo, na forma de línguas de fogo e acontece 50 dias após o Domingo de Páscoa, o que corresponde ao Pentecostes do calendário oficial católico. Seu principal símbolo é uma pomba branca, que representa o Divino Espírito Santo e a coroa. A festa foi trazida para o Brasil pelos portugueses no século XVI. O ponto alto da festa é a coroação do imperador, quando são usadas roupas luxuosas, feitas de veludo, cetim, fitas e muitas flores.
 
Festa de São Benedito
Benedito, o Mouro, conhecido também como Benedito, o Negro ou Benedito, o Africano, mas geralmente chamado de São Benedito, é um santo católico, descendente de africanos, que tinha o apelido de “mouro” pela cor de sua pele
Aos 18 anos de idade, já havia decidido consagrar-se ao serviço de Deus, e aos 21, um monge dos irmãos eremitas de São Francisco de Assis, o chamou para viver entre eles. Benedito aceitou. Fez votos de pobreza, obediência e castidade e, coerentemente, caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações. Após 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos. Sua piedade, sabedoria e santidade levaram seus irmãos de comunidade a elegê-lo Superior do Mosteiro, apesar de analfabeto e leigo, pois não havia sido ordenado sacerdote. Sempre preocupado com os mais pobres do que ele, retirava alguns mantimentos do Convento, escondia-os dentro de suas roupas e os levava para os famintos que enchiam as ruelas da cidade. Conta a tradição que, em uma dessas saídas, o novo Superior do Convento o surpreendeu e perguntou-lhe: “O que escondes aí, embaixo de teu manto, irmão Benedito?” E o santo, humildemente, respondeu-lhe: “Rosas, meu senhor!”, e, abrindo o manto, de fato apareceram rosas de grande beleza e não os alimentos de que suspeitava o Superior. 


Tapetes de Flores de Parajú
Devoção, criatividade e beleza em mais de um século dos tapetes de Corpus Christi em Parajú – Domingos Martins – ES.
 
Botões de rosas, buquês de hortênsias, dálias, margaridas, lustrosas, flor-de-mel, cravo amarelo e orquídeas são a base dos tapetes de flores do Distrito de Parajú em Domingos Martins, que encantam os visitantes há mais de 100 anos. A primeira festa foi realizada em 08 de junho de 1910. Naquele ano a comemoração do Corpus Christi teve inicio com a celebração da missa seguida de procissão e as casas foram ornamentadas pelos seus moradores com palmeiras, bandeirolas e tecidos. Os tapetes de flores só começaram a ser confeccionados em 1946 depois que frades franciscanos visitaram o Distrito e incentivaram os moradores a usar a criatividade e ornamentar as ruas. Em Parajú, a festa é celebrada no domingo posterior a data oficial envolvendo, ainda hoje, mais de 300 moradores na ornamentação dos tapetes que ocupam cerca de 2.000 metros das principais ruas da localidade. Todas as flores e outros materiais utilizados são doados por agricultores da região. 
Flores para Iemanjá
No Brasil a tradição de pular sete ondas e jogar flores brancas no mar para Iemanjá, no Réveillon é comum. No entanto, oficialmente a data comemorativa de Iemanjá é no dia 2 de fevereiro. As oferendas lançadas ao mar para a orixá contem palmas, rosas e flores de todos os tipos, principalmente na cor branca.
Iemanjá é o orixá africano do povo Egbé, divindade das águas salgadas. Iemanjá é também conhecida no Brasil por Ivá Ori. Mãe d’água, Rainha do Mar, Sereia, Inaê, Aiucá, ou Maria princesa do Aioká. Também é popularmente como “Dona Janaína”. Na mitologia iorubá, Iemanjá é filha de Olokun (senhor dos Mares) e soberana dos mares. É saudada como Odoyá Iemanjá Odociabá Iemanjá e Marabô Doyá Iemanjá.
Iemanjá está associada aos mares do novo mundo!
A flor se tornou um negócio rentável no mundo inteiro. O ramo de decoração, ornamentação com flores, cosméticos e perfumaria, assim como as datas comemorativas; aniversários, dia das mães, dias dos namorados, casamento e velório encabeçam o filão desse mercado.
Não corra atrás das borboletas, plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas virão ate ela.”
 
O SIGNIFICADO DAS CORES DAS FLORES
Flores Brancas: Significam o perdão, a paz, a inocência, a pureza e o amor;
Flores Vermelhas: O principal significado das flores vermelhas é o amor;
Flores Azuis: É a cor do céu e do mar, simboliza a confiança, harmonia, amizade, fidelidade e amor;
Flores Amarelas: É uma cor alegre, que estimula a memória. É considerada a cor do verão e do sol e simboliza a amizade, o sucesso. Também expressa satisfação e alegria;
Flores Roxas ou Violetas: É a cor da dignidade, do mistério, da aristocracia, da ausência de tensão, porém pode lembrar a violência, agressão;
Flores Verdes: É a cor da esperança, simboliza a prosperidade, a sorte, dinheiro, fertilidade, crescimento;
Flores Laranja: É a cor do fogo, significa contentamento, festa, fascínio, e pode também revelar orgulho.
Flores Cor de Rosa: Simbolizam a delicadeza, beleza, juventude e o amor.
Fica sempre um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas...“
 
 
Bibliografia:
Dicionário de símbolos
Significado dos símbolos e simbologias.
Álvaro Oppermam – Revista Superinteressante
Wikipédia – A enciclopédia Livre
Digitacao- Fabio Pinto 
 
Carnavalesco
Paulo Balbino

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REGULAMENTO


Regulamento para a disputa do Samba de Enredo da Unidos da Piedade. A data para entrega dos sambas concorrentes será, impreterivelmente, a data de 29.07.2017 das 10:00h as 13:00h, na sede da Unidos da Piedade, situada na Praça Mário de Oliveira, nº: 90, Fonte Grande, Vitória - ES. O local das eliminatórias e final do Concurso de Escolha de Samba Enredo da Unidos da Unidos da Piedade será na sede social do Clube de Natação e Regatas Alvares Cabral, situado na Avenida Beira Mar, nº: 2.100, Bento Ferreira, Vitória – ES, sendo prevista a data de 06.08.2017 para a realização da 1ª Eliminatória do Concurso e a demais eliminatórias nos domingos subsequentes, mediante a prévia comunicação de todos os inscritos, através do site e facebook da Unidos da Piedade e demais meios de comunicação, inclusive através do endereço eletrônico – e-mails dos inscritos. DA INSCRIÇÃO: No ato da inscrição, o compositor deverá entregar 15 (quinze) cópias da letra do samba, bem como a gravação em 02 (dois) CD’s de boa qualidade de audição. Os sambas de enredo concorrentes serão avaliados previamente, entre a Comissão de Samba de Enredo e o Carnavalesco da Unidos da Piedade, na qual haverá a ELIMINAÇÃO dos sambas inscritos que não atenderam a Sinopse e a adequação ao Enredo. A comissão informará ao autor do samba as razões que ensejaram na sua eliminação, sendo o mesmo notificado por telefone e/ou e-mail. DA PREMIAÇÃO E DO CONCURSO Da Premiação: A premiação para o autor/compositor do samba vencedor será na quantia de R$ 3.00,00 (três mil reais), a ser pago em dinheiro na data de 02.02.2018. 
Das Notas: (Mínima: 5,0 (cinco) - Máxima: 10 (dez), podendo haver notas fracionadas. Da Apresentação – A forma de apresentação dos sambas de enredo será a seguinte: Cláusula Primeira: A apresentação dos sambas enredo será em seqüência do sorteio a ser realizado no dia do evento às 18:00h. Cláusula Segunda: As interpretações dos sambas de enredo serão da seguinte forma: 02 (duas) vezes sem bateria e 02 (duas) com bateria, no prazo máximo de 15 minutos. Cláusula Terceira: O atraso do intérprete ou compositor não interfere na realização do sorteio, no entanto, a não apresentação do samba enredo causará a sua DESCLASSIFICAÇÃO. Cláusula Quarta: O sorteio para as apresentações dos intérpretes, será realizado no horário acima designado na presença do compositor e/ou intérprete do samba concorrente/inscrito. Parágrafo Primeiro: O 1º (primeiro) samba se apresentará e os demais na seqüência de 20 (vinte) minutos cada samba, sob pena de DECLASSIFICAÇÃO. Parágrafo Segundo: A hipótese de inversão da ordem de apresentação de qualquer samba somente ocorrerá depois de comunicado e autorizado pela coordenação do concurso. Cláusula Quinta: O samba inscrito/apresentado vencedor será divulgado logo após a apuração pela Comissão de Samba Enredo. Cláusula Sexta: A Comissão de Samba de Enredo será a única responsável pela escolha do samba, não admitindo em qualquer hipótese contestações recursos ou impugnações. E a comissão fará o julgamento dos seguintes quesitos: Letra e Melodia LETRA: A letra do samba deve relatar a proposta do enredo que a Unidos da Piedade irá apresentar na avenida, não devendo se desvirtuar do tema. 
MELODIA: A melodia tem que ter sucessão de acordes e sons que apresente sentido musical capaz de agradar o ouvido e que contenha movimentos simétricos que determinam o ritmo. Cláusula Sétima: Cada compositor concorrente deverá apresentar somente um único samba de enredo, sem mencionar o alusivo da Unidos da Piedade. Cláusula Oitava: O compositor deverá indicar o intérprete para defender o seu samba no ato do sorteio, podendo o mesmo, juntamente com o seu grupo musical, ajustar o SOM no prazo máximo de 05 (cinco) minutos antes da apresentação. Cláusula Nona: A Unidos da Piedade não disponibilizará instrumento e pessoal de palco, simplesmente uma marcação inicial. Cláusula Décima: O samba vencedor será de propriedade da Unidos da Piedade, que poderá utilizá-lo na forma que lhe melhor lhe aprouver, inclusive quanto à exploração comercial direta e indireta, sendo resguardados aos compositores os direitos autorais. Cláusula Décima Primeira: A Escola de Samba Unidos da Piedade reserva-se ao direito de utilizar-se do samba vencedor para contar a história do enredo no desfile oficial do carnaval 2018, promovido pela LIESGE, bem como utilizá-lo em qualquer evento da qual a Unidos da Piedade venha participar. Parágrafo Primeiro - As partes envolvidas Unidos da Piedade e compositor reconhecem a co-autoria, uma vez que se trata de obra encomendada. Parágrafo Segundo – Se a comissão de Samba de Enredo achar necessário, determinará mudanças ou correções na letra do samba, ou mesmo junção de 02 (duas) ou mais composições, com vistas à adequação ao enredo. Parágrafo Terceiro – O compositor não poderá se opor à realização de fusões, modificações e correções de trechos, palavras ou qualquer incorreção do samba que forem identificadas pela Comissão de Samba Enredo da Unidos da Piedade. Parágrafo Quatro – Para realização de ajustes será facultado à parceria/compositor apresentar proposta de correção que entender mais adequado.
Cláusula Décima Segunda: A responsabilidade da titularidade do samba de enredo, no que se refere à gravação, veiculação e comercialização do mesmo, fica restrita a UNIDOS DA PIEDADE. Cláusula Décima Terceira: O compositor, em caráter pessoal, responsabilizam-se civil e criminalmente, pela originalidade e criação da composição, em todos os seus aspectos, assumindo a obrigação de manter a Unidos da Piedade a todo tempo, a SALVO de quaisquer reclamações de terceiros a esse respeito, bem como de indenizá-los pelas perdas e danos. Cláusula Décima Quarta: O Intérprete oficial da Unidos da Piedade fará a gravação oficial da LIESGE e o interpretará no desfile oficial e em qualquer evento que a Unidos da Piedade venha participar. Cláusula Décima Quinta: Em caso de empate na apuração, será vencedor o samba de enredo indicado pela Comissão de Samba Enredo. Cláusula Décima Sexta: Casos omissos serão analisados pela Comissão de Samba de Enredo da Unidos da Piedade 2017/2018. Vitória, ES, 03/07/2017 Comissão de Samba Enredo – Unidos da Unidos da Piedade Carnaval 2018  


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